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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Rodrigo Pimentel dá dicas de segurança para frequentadores de bares e casas noturnas


O aumento da violência é um mal que atormenta, principalmente, as grandes capitais brasileiras. Isso você já está cansado de saber, mas algo que você nem se deu conta é o crescimento de pequenos furtos em casas noturnas, bares ou nas baladas de cada dia.
Hoje você se programa para sair com os amigos, escolhe a melhor roupa e capricha no visual, não importa qual seja seu estilo. As mulheres optam por bolsas pequenas para caber apenas os celulares, que também estão cada vez menores, alguns acessórios de maquiagem para dar um retoque no visual, acessórios (colares, brincos e jóias)  e carteira, enquanto os homens, que se orgulham de serem práticos, levam celular, relógio, carteira e as chaves. Pronto esse é o “look” básico para sair de casa.
Ao botarmos os pés na rua tomamos sempre alguns cuidados básicos de segurança: olhamos para os lados, evitamos andar sozinho em ruas vazias, não deixamos objetos de valores expostos e evitamos rotas já conhecidas como perigosas. Mas ao chegar na balada, parece que a neurose de segurança fica do lado de fora, e por estarmos em um local privado, com uma teórica segurança, achamos que estamos protegidos de todo o mal. É nesse momento que começam as dores de cabeça e surgem oportunidades para os pequenos furtos.
Para ajudar a entender e dar algumas dicas de segurança, conversamos com Rodrigo Pimentel, ex-capitão do BOPE, autor do best-seller “A Elite da Tropa” – adaptado para o cinema em Tropa de Elite 1 e 2 –, e comentarista de segurança pública do telejornal RJTV, da Rede Globo.
Afronte: Olá Rodrigo, obrigado por ceder essa entrevista. Existe de fato um crescimento de pequenos furtos em bares, shows e boates?  E se existe esse crescimento, você acredita que as Polícias Militar e Civil já estão agindo para coibir essas ações?
Rodrigo Pimentel: Não existe estatística confiável que determine o real crescimento de furtos praticados em boates e shows. Isso se deve à ausência da cultura de notificações, ou seja, quem está na noite, sai pra se divertir, e quando é furtado e perde seus pertences não quer terminar a noite em uma delegacia policial para fazer o boletim de ocorrência. Também resta sempre a dúvida se realmente a pessoa foi vítima de um furto ou simplesmente perdeu objetos em um local onde não é possível acender as luzes e procurá-lo. Em grandes eventos com o Rock in Rio, a polícia tentou facilitar a notificação e instalou uma delegacia móvel na área do show. Não foi surpresa aos investigadores o fato de dezenas de pessoas que buscaram a Polícia Civil, na verdade perceberam que seus objetos pessoas haviam sido perdidos. Não cabe à Polícia Militar, em ambientes privados, realizar o policiamento ostensivo. E a Polícia Civil, a quem cabe investigar, quase sempre é prejudicada pela ausência de imagens de  boa qualidade, apesar de Lei Estadual determinar a existência de CFTV em todas as casas noturnas. Também dificulta à Policia Civil a rotatividade dos frequentadores e a não identificação dos mesmos duramente a entrada no estabelecimento.
Afronte: Quais cuidados devem ser tomados para evitarmos sermos a próxima vitima? Evitar levar objetos de valor para a balada é o primeiro passo?
Rodrigo Pimentel:  O principal produto de furto nesses eventos são carteiras e smartphones. Bolsas femininas são furtadas em bares, no eixo RJ -SP, quase sempre por quadrilhas onde a ação do furto acontece após um dos integrantes tentar distrair a vítima. As quadrilhas identificadas e presas em SP e no RJ eram formadas por peruanos, colombianos e argentinos. Curiosamente as mesmas que atuavam nos saguões de aeroportos, rodoviárias e praças de alimentação de shopping centers. Diante desse quadro, smartphones e carteiras devem estar sempre em bolsos frontais, além de ter atenção extrema quando abordado, pois pode ser um momento de distração. Para as mulheres, não deixar suas bolsas penduradas nas cadeiras, mesmo que estejam sentadas. Bolsa no colo! Não existe registro em baladas de roubo de jóias, cordões e relógios, salvo situações de arrastões a restaurantes.
Afronte: Como classificar o que é de fato essencial para a balada? Algumas pessoas optam em trocar de celular e deixar o modelo de última geração em casa e usar um modelo mais antigo. Esse é um bom caminho? Quais outros cuidados devemos ter?
Rodrigo Pimentel: Objetos de vaidade, relógios, jóias, smartphones de ultima geração, fazem parte da vaidade masculina e feminina. Podem ser usadas com uma relativa segurança em qualquer casa norturna, no entrando podem e devem ser evitadas em lugares de grande concentração.
Afronte: Aquele velho conselho que mamãe dizia: “Meu filho(a) não aceite nada de estranhos”, ainda está valendo? Aquele velho truque conhecido popularmente como “Boa noite, Cinderela”. Você acredita que ainda existam vitimas desse golpe, ou a geração atual está mais ligada a esses perigos?
Rodrigo Pimentel: Esse ditado é velho, mas ainda está valendo sim. Nunca aceite nada de pessoas estranhas! “Boa noite, Cinderela” continua fazendo dezenas de vítimas todos os meses, por mais que existam campanhas esclarecedores na mídia que tentam conscientizar vítimas em potenciais.
Afronte: Então, a pessoa acabou de ser furtada no meio balada, o que faz? Liga para 190? Procura a administração da casa? Senta e chora? O que se faz nessas horas?
Rodrigo Pimentel: Primeiro a pessoa deve procurar a administração da casa e se certificar, antes de mais nada, se não perdeu seus pertences. O próximo procedimento será comparecer à delegacia do bairro e registrar a ocorrência. Lembre-se que o registro é um ato de cidadania, e só se torna possível a ação da Polícia quando ela conhece a frequência e a localização das quadrilhas. Antes de reclamar, cumpra seu papel de cidadão, notifique!

Agradecemos pela entrevista. Esperamos que com essas dicas de utilidade pública, os frequentadores de shows, bares e casas noturnas consigam evitar esses inconvenientes que podem estragar a noite e a diversão de qualquer um.

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